quarta-feira, 14 de março de 2012

Livre arbítrio



A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu a venda de cigarros com aditivos que dão sabor artificial à droga, sob o argumento de que, com a medida, jovens adolescentes diminuam seu interesse pelo primeito trago e, assim, não venha a se viciarem.

"Ótimo", vibram os pais que sofrem para educar seus pentelhos que não lhes dão ouvidos. Isso é um raciocínio pequeno demais se projetarmos o que está em jogo uma medida como essa. Não está em discussão a hipótese de menos pessoas virem a se tornar dependentes químicos, mas sim o fato concreto de que quem pensa em fumar - ou mesmo quem já fuma - não terá mais na prateleira da banca ou da tabacaria a opção de escolher o fumo que menos lhe pega a garganta.

Aos poucos, o Governo vai restringido nossa possilidade de escolhas com argumento de que está preservando nossa saúde, nosso bem estar etc. Às vezes, porra, preciso errar no sal para saber o que é uma insossa; exagerar na bebida, para sofrer e me arrepender com a ressaca do dia seguinte; permanecer horas em pé em uma fila, para valorizar o repouso. Proibir o que está aí para ser experimentado é nos privar de nos conhecermos e sabermos o que nos agrada ou não.

Não me esqueço da sauna de Sampoern que era as matinês de quando tinha 15 anos de idade. Os primeiros tragos foram, não nego, em cigarros mentolados. Mas há algum fumante que acha essa merda de marca boa? "O governo deveria deixar as pessoas sentirem o gosto que quiserem em suas bocas", escreveu Luiz Felipe Pondé hoje.

Um governo que age assim, é como um pai que impede que seu filho conheça as belezas e as tristezas do mundo, tapando-lhe os olhos, ouvidos e nariz.

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