quarta-feira, 20 de junho de 2012

Dia internacional do Surfe







Ela anda sem destino ao nosso redor, envolta em preto, em sua vestimenta sagrada, seus olhos penetram profundamente e nós desviamos o olhar.

Ela controla a besta amarela e a impulsiona a uma velocidade impressionante. Através da areia, do vento e das pedras, ela se aproxima. Então o silêncio. Então as nuvens. Então a escuridão. 

Nos braços abertos de uma grande montanha reside arte eterna em descanso. Ela nos guia e nós a seguimos. Ela é um raio negro. Suas mãos se juntam e ela nos dá o presente.

Girando. Ondulando. Dançando. Eletric Blue Heaven.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Pânico no salão


Contra arrastões em restaurantes e bares, o Governo do Estado de São Paulo anunciou que irá aumentar as patrulhas policiais em dias festivos, uma medida que soa ridícula, pois é óbvio que não haverá assaltos quando as ruas estiverem abarrotadas de gente. Desde o começo do ano até agora, segundo a contagem da Folha, foram 22 os casos de roubos a esses estabelecimentos, todos localizados nos pólos gastronômicos de São Paulo, e 18 desses praticados entre 22h e 1h da madrugada. Os dias com maior incidência são às terças e quartas-feiras.

A mídia prefere inflamar o clima de insegurança provocado por esses arrastões: dá voz exagerada a clientes, vítimas indignadas com o fato de terem seus bens subtraídos de um local em que foram para deleitarem-se ("Sempre achei que aqui fosse seguro. Jamais esperava por isso." E por aí vai...). Os comerciantes, mais racionais, buscam analisar o fato com frieza para não espantarem sua clientela: "Iremos providenciar botões antipânico, instalaremos também câmeras de segurança nas partes interna e externa." Não sem também responsabilizarem a polícia, que vem classificando a onda delituosa como um "modismo" adotado por bandidos que, em geral, são quadrilhas de jovens menores de idade. Segundo a polícia, 14 bandidos de uma mesma quadrilha já foram pegos. Eles moravam no Glicério, bairro violento próximo à Sé e Avenida do Estado.

Discutindo o assunto com meu pai, ele lançou uma questão que até agora não vi ser debatida: será que a ousadia dos bandidos de invadirem estabelecimentos cheios, em regiões nobres da capital, não está ocorrendo porque os mesmos sabem que a população está desarmada?

Sei que a Lei do Desarmamento contribuiu muito para reduzir os índices de criminalidade, principalmente a taxa de homicídios, que era acima de 30 por grupo de 100 mil habitantes em São Paulo dez anos atrás. No entanto, ao desarmar a população, também abriu-se precedente para os criminosos agirem mais confiantes, pois sabem que dificilmente suas vítimas agirão.

Creio que os arrastões em bares e restaurantes têm sido noticiados semanalmente porque as quadrilhas sabem que os comerciantes não possuem porte de arma, tampouco os clientes que ali estão. Preferiram deixar de atuar nos semáforos, individualmente, para, em grupo, invadirem um local com alta concentração de cartões de crédito, dinheiro, celulares, jóias e notebooks.

Nosso país deveria flexibilizar o porte de arma. Oferecer a quem não tenha antecedentes criminais e possua diploma de nível superior, um curso completo de tiro, desde a prática até submeter a pessoa a exames psicoténicos etc.

Antigamente, meu pai me disse, os comerciantes guardavam suas armas em baixo do balcão e ladrão nenhum roubava seu comércio com tanta facilidade como hoje em dia.