quarta-feira, 24 de dezembro de 2008



Cartier-Bresson, na minha humilde opinião o maior fotógrafo que esse mundo já conheceu, faria 100 anos neste farto ano de importantes efemérides. Aproveito a ocasião para publicar, agora em veículo de desprezável projeção, um texto saudosista que o fotógrafo Crisiano Mascaro escreveu em reportagem especial para o caderno Mais!, da Folha de S. Paulo, espécie de revisitação ou ensaios feitos por mais quatros grandes fotógrafos brasileiros da obra de HCB:




Ave Leica!


Cristiano Mascaro especial para a Folha


Não sei como acontece com outros artistas, os pintores com seus pincéis, os escultores com seus cinzéis, os gravadores com suas goivas .

No entanto posso assegurar que nós, fotógrafos, desenvolvemos uma enorme e saudável relação de afeto com nossas câmeras fotográficas.Certamente porque elas estão permanentemente por perto, ao alcance de nossas mãos.

Não podemos nos afastar. Estão sobre a mesa de trabalho, dentro da mochila, na bolsa a tiracolo e quase sempre bem pertinho, colada em nossos rostos ou pendurada no pescoço, roçando no coração.

E, se porventura, for uma Leica, é caso de paixão. Não é para menos.Foram essas câmeras miúdas, que cabem na palma de nossas mãos, que libertaram os fotógrafos pioneiros -Cartier-Bresson, inclusive- da ditadura dos equipamentos enormes, obrigatoriamente apoiados em um pesado tripé.

Daí, descobriram a rua. Podiam caminhar livremente pelas calçadas e fotografar ao mesmo tempo, surgindo assim o que talvez tenha sido uma de suas maiores descobertas: registrar a vida como ela é.

Não somente os grandes acontecimentos, as guerras e as catástrofes naturais, mas sobretudo a vida cotidiana, revelando e tornando grandiosas as miudezas do dia-a-dia.

Hoje, tenho duas câmeras Leica que me acompanham em meus trabalhos, o que me dá uma sensação de segurança, uma certeza de que tudo irá correr bem. Não me desgrudo.Mas sei que em um futuro muito próximo talvez tenha de abandoná-las.

Essa infernal tecnologia digital avança vertiginosamente, os meus filmes estão cada vez mais raros e, dessa forma, já me vi obrigado a comprar um trambolho de 21,5 megapixels. É um horror!Mal desenhado, pesa uma enormidade, tem exatos 22 botões para acessar suas múltiplas funções, a maioria delas dispensáveis, além de uma alavanca de "liga" e "desliga".Sem comentar que me obriga a carregar, quando viajo, uma quantidade inacreditável de cabos, baterias, lap-tops, noves fora seu recurso mais brochante: poder ver, imediatamente, o que acabei de fotografar.

Com minha Leica isso é impossível, felizmente. Dessa forma, não tenho a certeza imediata de nada e, assim, posso me concentrar em meu trabalho como nunca.Sei que a cada disparo não poderei voltar atrás, o que me torna mais seletivo e rigoroso -isto é, mais senhor do que estou fazendo. Opto pela incerteza, na contramão daqueles que jamais trocariam o certo pelo incerto. Mas a fotografia na qual acredito é assim mesmo.

É a expressão de uma atitude dramática, resultado de uma busca onde há mais surpresas do que certezas.Cartier-Bresson, Robert Capa, Eugene-Smith, Thomas Farpas, Pedro Martinelli e tantos outros, todos com suas Leicas na linha de mira, não me deixariam mentir ou exagerar.


quarta-feira, 10 de dezembro de 2008


Após os roubos que os soldados norte-americanos cometeram no Iraque.




Depois dos primeiros escândalos financeiros em Wall Street.
Como sou ainda um boçal em matéria de Blogs, não consegui postar as fotos junto com o post anterior... Faço-o (ou pelo menos tento) agora.

Banksy, Um Grafiteiro Político

Na edição do mês passado da Píauí saiu uma reportagem na seção portfólio cujo título era "A Marca do Zorro" . Nela se é tratado, em resumo breve, do trabalho artístico de um talentosíssimo grafiteiro político que vive nos arredores de Bristol, Inglaterra.

Gostei muito do trabalho dele - nunca vi parecido. Verdadeiras obras de protesto, sátira, humor, irreverência e, acima de tudo, de muita inteligência.

O mais interessante é que Banksy é uma figura anônima. Daí o título brincar com a figura do Zorro. Grafitar, todos sabem, é depredação de patrimônio público, invasão de propriedade privada etc.

Como as leis funcionam nos países desenvolvidos, Banksy prefere se esconder - a sofrer punições do Estado . Para preservar seu anonimato, utiliza-se do pseudônimo BANKSY e jamais dá as caras na imprensa. Deu apenas uma entrevista, a um jornalista do Guardian, de Londres.

Seu trabalho pode ser conferido na internet.