segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Rubem Grilo, xilogravurista



Breve biográfica de Grilo:

Rubem Campos Grilo nasceu em Pouso Alegre, Minas Gerais, em 1946. Antes de completar 18 anos de idade, ele se transferiu para o Rio de Janeiro. Em 1969, ele se formou em agronomia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

No ano seguinte, foi para Volta Redonda e freqüenta, por um curto período, o curso de xilogravura, com José Altino, na Escolinha de Arte do Brasil. Em 1971, mudou para o Rio de Janeiro e durante dois meses cursou a Escola de Belas Artes.

Na Biblioteca Nacional, Grilo conheceu a obra dos gravadores Lívio Abramo, Marcelo Grassmann e Oswaldo Goeldi.

Em 1972, freqüentou, com intervalos, o ateliê de xilogravura da Escola de Belas Artes, orientado por Adir Botelho, o ateliê de Iberê Camargo, no qual aprendeu as técnicas de gravura em metal, e participou do curso de litografia com Antônio Grosso, na EAV/Parque Lage.

Em 1971, realizou as primeiras xilogravuras e a partir de 1973, ilustrou os jornais "Opinião", "Movimento", "Jornal do Brasil" e "Pasquim", entre outros.

No início dos anos 80, ele trabalhou para a Folha de S.Paulo e ilustrou os fascículos da coleção Retrato do Brasil. Em 1985, lançou o livro "Grilo: Xilogravuras".

Em 1990, recebeu o segundo prêmio da Xylon Internacional, Suíça. Em 1999, atuou como curador geral da mostra Rio Gravura.

sábado, 8 de outubro de 2011

Edson Garcia Flosi: repórter destemido


Vou falar sobre uma categoria que anda em crise nos últimos tempos: o repórter policial. Era esse o ofício diário de Edson Garcia Flosi - meu professor de Legislação e Práticas Judiciárias no 3º ano do curso de jornalismo da Cásper Líbero, em 2009. Flosi já estava com problemas de saúde e precisou se tratar. Tirou licença e parou de lecionar. Minha turma foi a última dele.

Hoje em dia são raros os repórteres que se dedicam exclusivamente à cobertura de assuntos criminais. Em São Paulo, creio que só há uma meia-dúzia de (bons) repórteres de jornal. Os veículos não têm mais dado atenção especial a esse tipo de assunto, de maneira que "qualquer repórter" ou "todo repórter" pode cobrir esse assunto.

Atualmente, um repórter dessa área recebe do pauteiro variados assuntos, que vão da agenda do Kassab à chuva que inundou o piscinão do Grajaú (inventei isso: não sei se existe um piscinão naquele bairro), passando, claro, pelos crimes da cidade. Eu, particularmente, acho isso errado. Antigamente, coisa de 15 anos pra trás, os jornais possuíam repórteres policiais fixos, ou seja: profissionais que eram destacados para acompanhar somente a cobertura criminal. Consequência: as histórias eram muito mais bem apuradas e contadas muito melhor. Você se prende na no texto de antigamente, percebe o estilo de contar de cada um. Sei que subjetividade no fazer jornalístico é tema de muita discórdia, mas acredito que pode haver estilo em cada texto, na maneira de narrar etc., desde que se preze pela imparcialidade dos fatos.

Edson Flosi era "o preferido de Cláudio Abramo (nas coberturas policiais), diretor de redação da Folha de S.Paulo nos idos de 70. Flosi se destacou por cobrir as operações policiais do delegado Sérgio Paranhos Fleury, diretor do Deic, acusado, dentre outros processos, de comandar o Esquadrão da Morte, responsável por centenas de execuções pelo estado de São Paulo.

Flosi também publicou reportagens na Folha que denunciaram graves irregularidades no IML de Guarulhos, denunciou haver premiações, dentro do Deic, dadas aos "bons" torturadores. Por conta dessa série de reportagens, seu filho, Edson Costa Flosi, contando 14 anos em 78, apanhou de dois homens quando saía da casa de uma colega na Avenida Brigadeiro Luis Antonio em direção a um ponto de ônibus.

O menino levou socos no estômago e tapas na cara, além de um empurrão que lhe fez cair e ralar os joelhos. A justificativa dada pela dupla que o abordou foi que "está apanhando pelas reportagens do seu pai". Dias antes, o garoto revelou que já havia atendido a telefonemas intimidatórios ("Cuidado quando andar na rua", "Você vai pagar pelas reportagens do seu pai") e que notara a presença de um mesmo carro o seguindo algumas vezes.

O sindicato dos jornalistas do estado de São Paulo emitiu nota no dia seguinte ao episódio denunciando e protestando contra a agressão sofrida, e registrando que entendiam o fato como parte de um esquema montado para atemorizar o repórter da Folha.

Mas Flosi não se intimidou: "Esse episódio veio apenas para temperar e dar mais força para as minhas denúncias", disse à época ao jornal.

Para encerrar o post, deixo o link de uma reportagem feita pela revista Joyce Pascowitch com o mestre, na oportunidade dele estar completando 70 anos e lançando o seu livro "Por trás da notícia", relato de sua experiência nas ruas como repórter policial.

http://revistajoycepascowitch.uol.com.br/Default.aspx?pID=1&eID=68&lP=52&rP=53&lT=page