terça-feira, 16 de novembro de 2010

Tas faz uso louvável do Twitter e ainda ganha dinheiro com isso

Marcelo Tas, no fim do mês de outubro, atingiu a marca de 1 milhão de seguidores na ferramenta


O twitter foi lançado em 2006 por Jack Dorsey, um empresário norte-americano desenvolvedor de softwares de St. Louis, Missouri. É, para quem não sabe, uma ferramenta micromensageira, na qual os usuários são convidados a responder "o que está acontecendo", em até 140 caracteres. As atualizações são exibidas no perfil de um usuário em tempo real e também enviadas a outros usuários seguidores que tenham assinado para recebê-las. O serviço é gratuito na versão web; já o recurso de atualizações via SMS, entretanto, tem cobrança pela operadora telefônica.

Outras apropriações da ferramenta, criado inicialmente com o objetivo de ser mais uma rede de interação social, surgiram com o tempo. Uma das primeiras foi para a conversação, com o uso do "@" como direcionador - @marcelotas direciona a mensagem ao perfil criado pelo jornalista Marcelo Tas. Em seguida, o Twitter também passou a ser utilizado para compartilhamento e repasse de informações, o que atualmente tem maior representação do que as atualizações pessoais.

Em pesquisa realizada por Raquel Recuero (jornalista, professora e pesquisadora do PPGL e do curso de Comunicação Social da UCPel) com usuários do Brasil - existem mais de 50 milhões de brasileiros no site -, 62% dos tweets coletados eram informativos ou continham algum tipo de informação, geralmente acompanhados por um link. É curioso notar que a pergunta-título original do Twitter não era “O que está acontecendo?”, mas sim “O que você está fazendo?”. A simples alteração reforça a constatação de que se trata de um ambiente propício para a disseminação de notícias e informações relevantes para os diversos grupos sociais ou “comunidades da web”.

Marcelo Tas, âncora do programa humorístico CQC, da TV Bandeirantes, é hoje em dia um dos campeões em seguidores na ferramenta. Depois que passou a utilizar o serviço de micromensageiro para fins jornalísticos (muito mais de modo opinativo e para repasse de informações), ganhou notoriedade e conseguiu um acordo publicitário com o Grupo Telefônica, maior conglomerado empresarial privado em atuação no Brasil, que estampou seu logotipo no plano de fundo de sua conta. A ação inédita chamou a atenção de influentes veículos de mídia, nacionais e estrangeiros, tais como O Globo, CNN, Wall Street Journal e New York Times, que noticiaram o inédito acordo.

Uma das grandes descobertas das pesquisas de Recuero é que existe uma competição no Twitter, mas não pelo número de seguidores, como se vinha alardeando, e sim pela atenção destes. O estudo mediu a quantidade de RTs (retweets) que os usuários davam (2,5 milhões de usuários era a amostra) e descobriu que a grande maioria dos usuários é passiva, ou seja, não se engaja ativamente na propagação de informações. Os autores, portanto, mostraram que há um imenso percentual de pessoas que apenas "consome" mídia. Esse perfil ou padrão de comportamento explica as investidas de empreendedores de grupos de telecomunicação, que passaram a firmar acordos – no caso com o jornalista Marcelo Tas – com comunicadores de expressão que emitem sinais de conteúdo midiático para seus seguidores, criando-se então a chamada central de jornalismo, aliada à divulgação da marca patrocinadora.

O sucesso consolidou-se recentemente. Durante todo o dia 22 de outubro, Tas provocou seus seguidores com a pergunta 'O que um milhão de corpos serelepes e mentes inquietas são capazes de fazer juntos?' e distribuiu livros para quem tuitasse respostas criativas com a hashtag #tas1milhao.

E assim, o jornalista tornou-se uma referência de informação e opinião, enquanto é invejado por políticos e ídolos nacionais, como Xuxa e o presidente Lula, que, somados, não atingem a marca de seguidores do carequinha da TV Bandeirantes.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Assunto de polícia

André Vicente/ Folhapress



O portão do CT (centro de treinamento) do São Paulo, na Barra Funda, apareceu danificado depois de mais uma amarga derrota do clube tricolor para o Corinthians, por 2 a 0, ontem (domingo, 7), no estádio do Morumbi.

A segurança do CT informou a policias militares da 1ª Companhia do 4º Batalhão - Lapa- , que às 19h30, de ontem, um homem em um Fiat Uno cinza derrubou um dos portões de acesso dando marcha à ré no veículo e, depois, quebrou o monitor de vídeo das câmeras de segurança -uma tela de 42 polegadas.

O boletim de ocorrência lavrado pela delegada Cláudia Patrícia Dalvia, do 7º Distrito Policial (Lapa), informa que um representante da empresa compareceu à delegacia informando que as câmeras do clube registraram toda a ação do vândalo. Porém, de acordo com o titular da delegacia, doutor Manoel Adamuz Neto, as imagens não chegarem ao conhecimento dos policiais civis - nem à imprensa, por conseguinte - porque o representante não quis fazer representação formal. Ou seja: não pediu para que fosse instaurado um Inquérito Policial.

"Ah, que isso? Elas estão descontroladas".
Diante dos fatos, imagino que o sujeito, uniformizado com as cores do clube dos pés à cabeça, acabou sendo preservado. Pois divulgar esse barraco à imprensa mancharia demais a imagem do time.